sexta-feira, 30 de abril de 2010

MONTE ALEGRE DO SUL: PESSOAS QUE FAZEM SUA HISTÓRIA


SR JOSÉ JULIÃO, O SEU JÚLIO, O VERDUREIRO. PLANTA, CUIDA, COLHE E VENDE VERDURAS.



FOTO AUTORIZADA: LUIZ FERNANDO DAÓLIO, O LUIZINHO, SABOREIA UM DELICIOSO PASTEL DE FEIRA... HUMMMM....





JOSÉ EDUARDO MANZO. QUEM O VÊ PELA PRIMEIRA VEZ, COMO FRENTISTA DE UM POSTO DE GASLINA, POUCO SABE QUE NELE MORA UM ARTISTA: DOS PALCOS, DAS LETRAS. POLITIZADO, É CIDADÃO MILITANTE EM SUA COMUNIDADE. TAMBÉM É GANHADOR DE PRÊMIO NA CATEGORIA DE LITERATURA NOS DOIS CONCURSOS CULTURAIS MUNICIPAIS: 2008 E 2009. O CONTO AQUI TRANSCRITO DE SEUS ORIGINAIS É BASEADO EM HISTÓRIA CONTADA POR SEU AVÔ, CESARINO MANZO. A ASSOCIARTE O HOMENAGEIA EM SUAS PÁGINAS.






A LENDA DO LIVRO DOS QUINHENTOS

Narra uma lenda que, há muito tempo atrás, numa pequena aldeia da velha Itália medieval, alguns camponeses conversavam entre si enquanto carregavam pesados cestos cheios de figos, uvas e azeitonas. O mais velho era também o mais exaltado. Os de meia idade concordavam e acompanhavam seus pensamentos exclamando, quase que automaticamente, palavrões e blasfêmias. Já os jovenzinhos apenas escutavam, abstendo-se de quaisquer comentários, até pelo fato de que suas opiniões eram totalmente dispensadas, no caso, além de ser prova de má educação meter-se na conversa dos mais velhos. Enquanto conversavam, olhavam raivosos e temerosos para um jovem comerciante recentemente instalado na cidadezinha.
Pietro é um incrédulo perigoso! Onde já se viu isso? Nem na igreja vai. Deve ter parte com o diabo.
Pelo que ouvi-lo dizer, quando conversava com o padre Domenico, nem no diabo ele acredita. Acha que tudo não passa de lendas que os antigos inventaram para fazer as crianças dormirem.
Tipo perigoso. Já pensou no mal que pode fazer na cabeça de nossos filhos? Melhor que fosse embora daqui. Que fosse viver num lugar onde tivesse pessoas como ele e nos deixasse em paz.
Pietro escutava tudo com um sorriso indiferente. Sua incredulidade era algo de sua natureza desde criança. Tornara-se um cético espontaneamente, ninguém lhe ensinara. Para ele, o que importava era o que suas mãos podiam tocar, sua balança pesar e seus olhos verem. O resto, simplesmente não existia. E não via sentido em pensar em coisas fantásticas, por mais belas que as lendas fossem. Elas lhe davam sono por não terem sentido na realidade. E a dura realidade de trabalhador pobre lhe bastava para encher sua vida.
Padre Domenico não se conformava com a atitude do rapaz, tão simpático e tão incapaz de acreditar em realidade espiritual, anjos e demônios. Chegou a lhe dizer: Rapaz, você não devia se chamar Pietro, o Apóstolo da fé, mas Tommaso, o padroeiro da dúvida. Só acredita naquilo que sua mão toca. Não se esqueça que é mais feliz aquele que crê sem precisar ter visto.
Pietro simplesmente sorria e continuava sua caminhada. Nada daquilo lhe era necessário. O que lhe incomodava era ver o esforço de tantas pessoas, a ele caras, tentando, de alguma forma, levá-lo à luz.
Deixem-me em paz! Estou bem assim, bradava.
Certa tarde, passeava nosso herói pelo campo incultivado, cheio de árvores retorcidas e de rochas de antigos vulcões. Gostava dessas caminhadas, deixava a cabeça à vontade, os únicos momentos de fantasia que se permitia. Mesmo apesar de sua distração profunda, viu, ao longe, no meio da trilha por onde marchava, um enorme livro fechado abandonado. Curioso, aproximou-se. Será que o maluco do padre Domenico perdera seu missal naquele lugar ermo? Se o tivesse feito, mesmo gostando muito dele, iria esconder o instrumento de trabalho do padre até vê-lo implorar aos céus por piedade. Com um sorriso de quem vai aprontar uma boa brincadeira, aproximou-se e pegou o livro nas mãos. Mesmo não tendo frequentado catequese, não teve dificuldade para perceber que não se tratava de um missal, ainda que escrito em latim. Quase se maldisse por não ter prestado nenhuma atenção nas aulas do velho professor Guido Delle Chiesa. “Liber Quinquecentorum”. Livro dos quinhentos? Que seria isso, norma de alguma sociedade secreta, que levaria à prisão quem fosse pego com ele? Poesias de algum autor desconhecido? Receitas de bolos ou aviamentos do farmacêutico? Poderia ser qualquer coisa, ou nada.
Curioso, Pietro abriu o livro para ver se haveria alguma pista para descobrir seu conteúdo. Ao fazê-lo, ouviu uma voz altissonante, que lhe pareceu sair do meio do próprio livro!
O que ordena, Mestre? Qual é a sua ordem? Qual o seu desejo?
Passado o susto inicial, Pietro fechou o livro e olhou para todos os lados. Árvores e arbustos cercavam o ambiente de todos os lados. Pensou: “Com certeza, meus amigos estão ainda uma vez tentando, com um truque de circo, enganar-me. Trata-se, com certeza, de alguém que conheça ventriloquismo e esteja escondido em algum lugar, fingindo que é o livro que está falando. Creio que vi mesmo um circo passando por aqui nesses dias. Vou dar-lhes uma lição para que parem de me importunar”.
Desejo, ó livro poderoso, que você faça surgir uma estrada que ligue Cápua a Roma. Toda ela feita com pedras tiradas do fundo do mar.
Dizendo isso, jogou desdenhosamente o livro fora e foi-se para casa, assobiando. Estava feliz porque ainda uma vez passara incólume por uma prova bem forjada. Lá pelas tantas, teve que apressar o passo, pois, do nada, uma tempestade formou-se no horizonte. Grossos pingos começaram a cair e, finalmente, teve mesmo que correr para não chegar em casa todo entanguido.
A chuva caiu fortemente a noite toda, o vento soprou de uma forma aterrorizante. Uma sensação de angústia o afligiu, mal conseguiu dormir. De manhã saiu de casa, mas não foi para seu trabalho. Foi para o campo onde estivera no dia anterior. Percebeu que dezenas de pessoas também para lá se dirigiam, outras já voltavam, admiradas. Não prestou atenção no que diziam; afinal, eram apenas uns camponeses tacanhos. Todavia, os camponeses haviam invadido seu refúgio. Por que será? Eles não costumavam perder tempo com passeios no campo, a não ser que estivessem procurando alguma ovelha perdida. Mas, o que é aquilo?
O que seus olhos viram o deixaram atônito. Sentiu o chão faltar sob seus pés. Trêmulo, aproximou-se donde, até algumas horas atrás, havia apenas uma trilha para conduzir gado. Agora, para admiração de todos, ali estava uma enorme via pavimentada de pedras marinhas, unindo a cidade de Cápua até a cidade eterna de Roma.
Ainda zonzo, sem saber o que falar ou pensar, menos ainda no que acreditar, Pietro percebeu que as pedras que calçavam a estrada haviam destruído completamente o Livro dos Quinhentos e todos os seus mistérios.
Quem for à Itália, ainda hoje, poderá caminhar por essa estrada que nem as guerras conseguiram destruir. Se achar algum livro misterioso, não o jogue



.O.O.O.O.O.O.O.O.





TARQUÍNIO BOZOLLA FILHO, O QUININHO. TRABALHA NA


PREFEITURA MUNICIPAL LOCAL. É AJUDANTE GERAL





LUIZ MATHEUS GOMES PIRES, O ESTOPA. TRABALHA NA PREFEITURA MUNICIPAL LOCAL. É AJUDANTE DE ARTIFÍCIO.




LUIZ CLAUDIO GOULART. UM LUTADOR. DAS TARDES ÀS MADRUGADAS, FUNCIONÁRIO DO FRIGORÍFICO RIGOR. NAS MANHÃS, O JARDINEIRO. TRANSFORMA MATOS E TERRAS INFÉRTEIS EM JARDINS COLORIDOS.




MARIA CRISTINA BEVILAQUA LEOPOLDINO, LIDER COMUNITÁRIA DO BAIRRO DA BARRA
NENO CAMPANARI, O FAZEDOR DA CACHAÇA CAMPANARI





NARDO: PINTANDO O SETE... RECUPERANDO AS CORES DA NOSSA MARIA FUMAÇA


JAIR JOAQUIM BARBOSA. CONSTRÓI. DESCONSTRÓI. ARRANJA, DESARRANJA. ARRUMA. DESARRUMA. É PEDREIRO.






SR. JURACY BENATTI. UM MESTRE NA DIREÇÃO DE COMPLICADAS MÁQUINAS






VITOR GONÇALO MORAES: UM PEDREIRO. UM REFORMADOR DE LOCOMOTIVA





VALDIR LÚCIO DA SILVA, O CUIDADOR DAS PLANTAS DE NOSSA PRAÇA








SUELI GRITTI FAZ COLETA DE MATERIAL PARA RECICLAGEM. É FUNCIONÁRIA DA STILL ELETRÔNICA QUE DESENVOLVE PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL.













NARDO, O PINTOR. TRANSFORMA O VELHO EM NOVO. ESSA É SUA ARTE




ORESTES DE CAMPOS, DO TRENZINHO TURÍSTICO "CORAÇÃO DE MÃE"





MÁRIO SALATA, O BOM COMPANHEIRO



LUIZ FERNANDO DAÓLIO, O LUIZINHO

ZÉ BARATA, O REI


SR. MÁRIO FORMENTI E SR. JOSÉ CRIPPA

TOBBI, O CACHORRO

EMÍLIO, O CÃO DE TODOS NÓS

SR. AMADEU LUCAS E ARMANDINHO FERRARESSO



SR. AMADEU LUCAS, O SANFONEIRO




SR. ARMANDINHO FERRARESSO, PANDEIRISTA




DA. CIDA DO SABIÁ




UGA. AS RUAS DE MONTE ALEGRE DO SUL FICAM MAIS LIMPAS EM SUAS MÃOS








MARIA DO RICARDINHO E O CÃO TIOIO







MARIA DO RICARDINHO EM DOIS MOMENTOS DE SUA VIDA







GERALDO MOSER, NOSSO VICE-PREFEITO




ZÉ PIRES, DA PONTE PRETA




DITO CUNHA




INÊS CUNHA, DOCEIRA, BOLEIRA E NA PÁSCOA, CHOCOLATEIRA: OS MELHORES OVOS RECHEADOS, ENFEITADOS, CONCORRIDOS.



DITO CUNHA



DITO CUNHA E SUA FILHA INÊS. O ORATÓRIO É DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE




SR. AMADEU CACCHIOLO, CAVALEIRO E PROSEADOR







SR. NICO VERZOLLI



GONÇALO, O VARREDOR DE RUAS




SR. FRANCISCO BERLOFA, ARTESÃO



D. SANTINA BERLOFA, ARTESÃ




GEORGINA, NOSSA MODELO DE FORMOSURA






RICARDINHO, DEIXANDO AS RUAS MAIS LIMPAS.




SR. JOSÉ DOS SANTOS, O CATADOR DE LATINHAS




VICENTE SABIÁ, O CATADOR DE MATERIAL DESCARTADO, PARA RECICLAGEM






ROSÂNGELA DA IMACULADA, DO SÍTIO DOS CARNEIROS, CAMINHO PARA O BAIRRO DA BOA VEREDA






DUDA GODOI, DO VÍDEO DO YOU TUBE "A CASA DOIDA DE DUDA"



A CASA DE DUDA



D. MARIA SIQUEIRA






MACHADINHO, O BENZEDOR E O MENINO JOÃO BASÍLIO



NA CASA DE MACHADINHO


D. ELVIRA SILVA SANTOS






SR. IRINEU MICHELLI






RICARDINHO








EDSON PERES, O ESCULTOR





NASCIDOS OU SIMPLESMENTE MORADORES NESTA CIDADE DE MONTE ALEGRE DO SUL, NÃO IMPORTA. SÃO CIDADÃOS MONTEALEGRENSES. SÃO PESSOAS DO NOSSO POVO, DA NOSSA TERRA QUE FAZEM DE SUA HISTÓRIA PARTICULAR, A HISTÓRIA DESSA COMUNIDADE. CONHECIDOS. E COMO... ALGUNS JÁ NOS DEIXARAM, MAS ESTÃO VIVOS NESTA PÁGINA, COMO ESTÃO EM NOSSA MEMÓRIA. AS FOTOS APENAS REGISTRARAM UM MOMENTO. COM A PERMISSÃO DE CADA UM. COM O ORGULHO QUE TEMOS DE TÊ-LOS CONOSCO. NÃO SE CALAM NUNCA. SUAS PRESENÇAS FAZEM PARTE DESSA HISTÓRIA QUE ESTAMOS AJUDANDO CONSTRUIR. A ELES, NOSSO AGRADECIMENTO.