terça-feira, 31 de agosto de 2010

SEXTA FEIRA, MEIA NOITE... conto de José Eduardo Manzo

José Eduardo Manzo
SEXTA FEIRA, MEIA NOITE!

“Eu não devia ter vindo aqui”, pensei, enquanto tentava enxergar um palmo à frente de meu nariz. “Tentei dar uma de macho, de corajoso. E agora, tremo como vara verde, como uma donzela em perigo. E o pior é que realmente estou em perigo!”.
Como foi que me coloquei nessa enrascada? Parei, ofegante, tentando me localizar naquele bosque escuro. Se ao menos soubesse onde estava, para que lado ir...
Enquanto tentava recuperar o fôlego e um pingo de coragem, lembrei-me da conversa que tive com minha namorada, semana passada. Estávamos numa roda de amigos quando Ana Clara – esse era seu nome – comentou conosco a notícia, saída no jornal da cidade, de que um lobisomem terrível havia sido avistado nas cercanias do velho cemitério abandonado da cidade.
Todos riram, mas ninguém o fez com mais vontade do que eu. Ana Clara ficou zangada! Disse que não se devia brincar com certas coisas. Que fatos misteriosos estavam realmente acontecendo. Se era lobisomem ou outra fera qualquer, o fato é que pessoas e animais tinham sido atacadas e mortas cruelmente.
Minha namorada zangou-se sobretudo comigo. Entendi o recado. As mulheres esperam de seus companheiros apoio em todas as situações, mesmo se estão erradas. Perguntei-lhe, então, o que devia fazer para recuperar a sua afeição.
- Quero que, na próxima sexta-feira, você vá sozinho até o cemitério e fique lá até meia-noite. Depois, volte à pé até a cidade. Estaremos esperando por você aqui neste bar, não é, galera?
A brincadeira, então, ficou sem graça para mim. Porém, não poderia afinar agora! Passei o resto da noite contando vantagem, mas mentalmente me maldizendo por ter me deixado envolver nessa armadilha.
No dia combinado, às nove horas da noite, Ana Clara, sua irmã Eliana e dois rapazes, Tomás e Pedro, os maiores gozadores do grupo, pararam diante de minha casa, buzinando alto. Apesar de meus protestos, não me deixara levar nem lanterna nem minha velha garrucha 22. “Isso iria matar o lobisomem... de rir”, disseram os maldosos.
Só levei comigo – escondido – meu terço e um despertador, para saber quando desse meia-noite. “E nada de trapaças, viu?”, disse-me Ana Clara ao se despedir, enquanto eu pulava o muro do cemitério.
Uma coruja cantou, o vento gelado me fez enrolar no grosso casaco que levara. Sentado num túmulo, esperava as horas passarem tentando rezar, mas as palavras saíam sem forças do meu coração. Pensava nos criminosos ali sepultados. Na velhinha com fama de bruxa. No negro que morreu apedrejado, acusado de um crime qualquer, enquanto jurava inocência. Num outro, que se enforcara ao descobrir que sua mulher o havia abandonado...
Meu pensamento foi interrompido pelo despertador. Suspirei aliviado! Até que enfim, podia voltar para casa, conseguira superar o desafio. Não sabia, contudo, que o pior ainda estava para acontecer.
Perdido em meus devaneios, não havia percebido o quão escura estava a noite! Olhei para o céu: nem sinal da lua, nem uma estrela a brilhar. Resignado, tornei a pular o muro. O caminho, inicialmente, foi tranqüilo. Mas, ao adentrar pelo bosque, um terror irracional me invadiu! Era como se olhos misteriosos me vigiassem. Pensei que eram meus amigos, tentando me pregar uma peça. Gritei, chamei por eles, disse palavrões e blasfêmias. Silêncio como resposta. Voltei a caminhar, na certeza de estar sendo seguido. O coração batendo acelerado e a respiração, ofegante. Os galhos batiam no meu rosto, os cipós e os espinhos me derrubaram uma, duas, diversas vezes, até que, apavorado, me vi perdido da trilha. Tentei correr, não consegui. Lá pelas tantas, caí de novo e me deixei ficar no chão. A última coisa que vi foi um enorme vulto negro, de olhos de fogo e dentes arreganhados se aproximando lentamente...
Acordei com Ana Clara e Tomás me chamando, preocupados. Abri os olhos: já era dia alto. Que teria acontecido? Por que o lobisomem não me devorou?, pensei.
Enquanto contava para eles o ocorrido, procurando exaltar minha coragem no enfrentamento do monstro assassino, vi um sorriso zombeteiro nos lábios dos dois. Quando protestei, dizendo que era verdade que um monstro enorme me havia atacado e deixado inconsciente, Ana Clara me respondeu:
- Querido, foi só seu medo! Quem o seguia, para protegê-lo, era o Rex seu cachorrinho preto, que estava dormindo com você quando chegamos.
Olhei e lá estava o maldito cachorro, sentado aos pés de Tomás e de Eliana, alguns metros à frente, à beira da estrada. Imaginem, não reconheci meu próprio cachorro!
Que raiva! Que vergonha! Que mico!
José Eduardo Manzo é contista premiado, poeta e abservador do cotidiano, da pessoas que passam por ele ali no Posto de Gasolina, onde é frentista. Boa gente. A ASSOCIARTE reconhece sua arte. Abre espaço para mais um conto.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

17° FESTA DO MORANGO EM MONTE ALEGRE DO SUL

17° FESTA DO MORANGO E 2° FESTA DA CACHAÇA EM MONTE ALEGRE DO SUL - SP
DIAS 21, 22, 28 E 29 DE AGOSTO. CONTINUA NOS DIAS 04, 05, 06 E 07 DE SETEMBRO DE 2010.
LOCAL: GINÁSIO POLIESPORTIVO "EUGÊNIO ÂNGELO BORELLA"
- EXPOSIÇÃO E VENDA DE MORANGOS E CACHAÇAS
- PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO
- DOCES E PRATOS ELABORADOS COM MORANGO
- PARQUE DE DIVERSÕES
- ESTACIONAMENTO
- SHOWS E APRESENTAÇÕS ARTÍSTICAS































JOÃO BASÍLIO SE DIVERTE NA 17° FESTA DO MORANGO_0001.wmv

OS DOCES MORANGOS ORGÂNICOS DE RONALDO PEREIRA

EM MONTE ALEGRE DO SUL - SP, NO DISTRITO DAS MOSTARDAS, RONALDO PEREIRA PLANTA MORANGOS. SEU CULTIVO SE DÁ SEM A UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS. É O CHAMADO "MORANGO ORGÂNICO". SUA MULHER, SILVIA HELENA É RESPONSÁVEL PELA FABRICAÇÃO DE GELÉIA DE MORANGO CASEIRA.
RONALDO PEREIRA EM SUA PLANTAÇÃO DE MORANGOS






O MENINO JOÃO BASÍLIO DE SOUZA GOULART VISITOU A PLANTAÇÃO DE MORANGOS








RONALDO COMERCIALIZA OS MORANGOS

GELÉIAS DE MORANGO





RONALDO E SUA MULHER SILVIA